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Beatriz Duarte e Luísa Bento
Controlada por cada passo, cada palavra, cada vestido… Numa obsessão cria o irreal, detém-se na exaustão, acorda e refaz o dia anterior. Prisioneira de um tempo sonolento, segue linhas ditadas por quem não vê. Declara-se lúcida. Compreende que o céu é frágil e inseguro. Sabe que é ali o fim do voo e numa melodia infinita, silenciosamente, faz o seu eco ressoar… não pára de acreditar.
Trata de um esforço por criar uma individualidade do ser que acaba por se deter na exaustão e, num tom nostálgico, o desalento acaba por predominar. É na margem entre a lucidez e a alienação que este projeto nasce. Com a nuvem do livro “1984” de George Orwell, nasce uma peça que retrata uma tentativa de sair da multidão, de construir um lugar sagrado e traçar linhas abstratas num lugar de absolutismo.
Não fala sobre a perda ou o ganho, as emoções ou o visceral. Fala sobre a vida anestesiada e o esforço para despertar os sentidos adormecidos. Retrata o desalento perante a realidade, com a réstia de esperança numa melodia que se perpetua.
Com o intuito de criar uma peça que una a voz à dança e à criação de um ambiente sonoro e visual, pretende-se gerar um ambiente nostálgico e intimista, com um reconhecimento de um sentimento de alienação que levam à criação de sinergias entre o corpo, o movimento e o espaço que nos rodeia.
Criação BEATRIZ DUARTE E LUÍSA BENTO
Interpretação BEATRIZ DUARTE, ELISA MOURA E LUÍSA BENTO
Captação e Pós-produção de Vídeo MARIANA SOTTO MAYOR
Fotografia FRANCISCO CARDOSO
Apoios COMPANHIA OLGA RORIZ, ESTÚDIOS VICTOR CÓRDON, LARGO RESIDÊNCIAS E SEMENTE – PROJETOS PARA AUDIOVISUAIS, TOUDANCE – ACADEMIA DE DANÇA E MOVIMENTO E EKTA